Quarta-feira 10-02-2010, ela entrou na sala de aula com passos firmes, cabeça elevada, falando em voz alta e clara e esbanjando trejeitos brincalhões. Esse primeiro contato já possibilitou que percebêssemos sua maneira de ser e de dar aulas.
Primeiramente pediu que arrumássemos nossas cadeiras em círculo, após realizarmos seu pedido, ela sentou-se ao centro e abriu aquela primeira aula com um belo texto de Ruben Alves, o qual declarou ser seu ídolo. Não me recordo exatamente o nome do texto lido, porém seu conteúdo relacionava-se à feliz comparação entre ensinar e brincar. Todos, aparentemente, ouviram o texto com bastante atenção e lembro-me as primeiras palavras ditas por ela com entusiasmo ao terminar a leitura:
- “Que textasso!”
Em seguida foram feitos alguns comentários sobre o texto e ao terminar, iniciou outra leitura. Dessa vez tratava-se de uma reportagem que havia sido publicada na revista veja naquela semana. Tal reportagem referia-se ao curso de pedagogia, ao perfil do estudante que optou por esse curso, à remuneração dos professores e outros atributos que não foram muito animadores naquele momento.
As palavras dela ao comentar o segundo texto, serviram como um “chacoalhão” à todos, principalmente àqueles que não estavam convictos em sua escolha pelo curso de pedagogia, que exige dedicação e muito amor. Prova disso foi o fato de minha amiga Bruna, que participava da aula, decidiu transferir-se para o curso de administração, o qual ela realmente gosta.
Como próximo passo da aula, ela pediu que escrevêssemos um texto semelhante ao primeiro lido. Em nosso texto, ela pediu que fizéssemos também uma comparação entre ensinar e algo que nos dê prazer. Em meu texto, tentei comparar ensinar e cantar. Confesso que não gostei do resultado, o tempo para escrevê-lo era curto, porém me esforcei de acordo com as circunstâncias e achei importante essa atividade porque eu, e acredito que boa parte da turma nunca havia feito algo parecido.
Por fim, a professora Stella encerrou a aula pedindo para que cada aluno dissesse uma palavra que o caracterizasse, lembro que a mais citada foi “ansiedade”.
Que aula diferente e marcante foi aquela! Por esse motivo a escolhi para descrever nesse texto. Creio que após seu término, aqueles que precisavam mudar seu caminho, encorajaram-se para isso, todavia aqueles que já estavam convictos e felizes com a escolha, encorajaram-se ainda mais para seguirem em frente e fazerem a diferença escrevendo uma nova história para a pedagogia e para a profissão tão bela que escolhemos.
Por Meirielen.